A importância de mergulhar no desconforto: uma conversa com Carol Herr
A Carol não sabe (melhor assim, risos), mas nós vivemos uma grande amizade em 2018. Literalmente virtual, mas valiosa – para mim, é claro. Veja, eu segui o coelho que dizia “está tarde, está tarde”, escorreguei em um buraco igual a Alice e me deparei com o fundo do poço: com diploma de jornalista, mas sem trabalho e sem ânimo com a profissão – ou com qualquer outra, para ser honesta; vivendo em São Paulo, mas querendo estar em outro lugar; me ocupando com a criação de metas semanais e mensais (nunca alcançadas) para preencher o vazio e a falta de conexão com a minha realidade. Metas para ser mais inteligente, mais bonita, mais completa, mais digna.
No meu próprio País das Desmaravilhas, encontrei o vídeo “eu não sei o que eu gosto de fazer”, de um canal chamado Cajuína e Frevo. Não entendi como eu estava com aparência tão diferente – alongada, com os olhos amendoados e o sorriso mais largo – porque claramente o vídeo não era uma projeção, mas um espelho. Era eu ali, não havia dúvidas. A identificação não era apenas com o tema, mas com forma alegre e descontraída de falar, mesmo em momentos de guerra interna.
Acontece, descobri momentos depois, que não era eu. Era a minha (platônica) friend to be Carol Herr, brasileira que mora nos EUA desde os 20 e poucos anos e, que, assim como eu, batalhou com o sentimento de estar perdida e com dúvidas tipo “que merda está acontecendo aqui?”, por assim dizer.
“Eu tinha voltado para os Estados Unidos com o meu marido e eu estava muito perdida. Não sabia o que queria fazer”, comenta. Natural de São Bernardo dos Campos, em São Paulo, ela já era formada em administração e dona de currículo com boas experiências, mas no novo país, trabalhava em uma empresa de tecnologia… arrumando arquivos. “Eu odiava de todo o meu coração. Estava nos meus 26, 27 anos e queria fazer outra coisa da vida. Era desesperador”.
Tentando encontrar um caminho, ela fez um curso no Fashion Institute of Technology e, entre 2010 e 2011, criou um blog de moda (mas avisa: “pelo amor de Deus, pessoal da moda, não se ofenda, tá?”), no qual compartilhava as produções do dia a dia e, em uma sessão chamada “bate-papo”, escrevia sobre a rotina e os aprendizados recebidos com a então psicóloga Silvia Bodo.
Acontece que o “bate-papo” roubou o holofote do conteúdo de moda (“se, por exemplo, eu recebia 30 visualizações durante o dia no blog, 25 eram para a sessão”, compara), e, dessa forma, o bloco acabou ganhando um canal inteirinho no Youtube para chamar de seu, o Cajuina e Frevo.
Certo dia, anos depois da criação do canal, Carol recebeu um e-mail de uma mulher aos 40 anos e mãe de dois filhos, que relatava estar em um relacionamento abusivo, mas sem poder se separar por depender financeiramente do cônjuge. “Nisso, eu entendi que não podia fazer mais vídeos apenas porque eu gostava. Eu estava batendo em dores profundas das pessoas, então percebi que eu tinha mais responsabilidade e que eu precisava estudar”, declara, informando ter cogitado ir para a faculdade de psicologia. “(Mas) não me via sendo psicóloga e atendendo pessoas. Eu queria estudar para seguir com o conteúdo, não para fazer uma carreira”. Na mesma época, no entanto, descobriu uma certificação de life coach, uma curiosidade que acabou virando profissão.
Antes que você revire os olhos, pedimos para você ficar aqui com a gente. “Eu sei dessa visão preconceituosa que existe por aí”, afirma. “No Brasil, a realidade das pessoas já é muito árida, já é sofrida demais, então me deixa triste ver como o coaching, uma ferramenta criada para ajudar as pessoas a saírem desses lugares por vezes tão cruéis, ter acabado de uma forma tão desrespeitosa, principalmente com os clientes – as pessoas que buscaram ajuda e se sentiram enganadas –, mas também os profissionais qualificados”.
“Nos Estados Unidos o coaching não é visto da mesma maneira: ele é visto como um trabalho sério, como uma técnica de desenvolvimento pessoal”, que, como continua Carol, não se trata de “dar palpite na vida das pessoas”. Aliás, a técnica de Carol é co-criada com cada cliente – abaixo, exploramos mais o trabalho da coach. Mas você também pode acompanhar as reflexões dela no Instagram e no podcast Conecta Que Transborda, lançado no fim de 2019. “Sei que o podcast ajuda muita gente que não tem acesso ao meu trabalho e isso é muito importante para mim. Eu tenho essa missão”.
Por fim, *toquem os tambores*, segue o nosso próprio bate-papo com a Carol, que promete fazer com que as generalizações com os profissionais da área sejam repensadas, e, mais importante ainda, te iluminar nesse momento de muita confusão. Leia e depois diga que não! 😉
Acho que muita gente está passando por essa fase estacada, perdida, na qual a gente quer mudar, quer achar respostas – mas parece que a “perdição” é tão grande que a gente não sai do lugar. Bate um desespero. Como lidar com isso? Ou melhor: qual seria um jeito de lidar com isso?
Acho que o primeiro passo para lidar com a “perdição” é olhar para isso e sentir isso. Lembrando que sentir o que você está sentindo (seja perdido, empacado ou desesperado) não é querer parar de se sentir dessa forma. Existe algo que eu ouvi, que não lembro onde e nem como, mas que faz muito sentido para mim: “The only way out is through”, que em uma tradução vagabundinha seria algo como “o único jeito para fora disso é através disso”.
Acabamos tendo uma visão muito fechada do que está acontecendo com a gente. Acho que se a gente mergulhar nos sentimentos e ampliar a nossa visão do que está acontecendo com a gente e entender de onde vem, por exemplo, essa necessidade de precisar saber o que a gente quer ou de precisa saber onde vamos estar, podemos perceber que esse tipo de cobrança surge de um lugar de medo.
Sabe quando você entra em um avião e ele vai subindo, subindo, subindo e você vai vendo a cidade de cima? Parece que vemos dois planetas diferentes ao estar no chão e estar em cima.
Para mim, as coisas ou vêm de um lugar de amor, ou de um lugar de medo. Então, nesse caso, como as pessoas se sentem perdidas, desesperadas, empacadas, não é difícil perceber isso não tem nada a ver com o amor. Então precisamos questionar de onde está vindo essa cobrança: Está vindo de querer ser aceito? De um medo de passar necessidade? Ou seja, qual que é o medo por trás desse desespero?
Por isso digo que você precisa mergulhar dentro de você e esmiuçar de onde vêm essas sensações. Porque senão ficamos muito fechados no “estou perdido e preciso me encontrar” e isso não leva ninguém a nada.
Existe uma forma mais amigável de olharmos para esses momentos de confusão? Qual seria?
Acho que uma das formas de encararmos a “perdição” com mais afeto é pelo autocuidado. Ele é súper importante nesses momentos. Às vezes, a pessoa fica melhor mas começa a se descuidar e aí volta para o limbo de novo. Você não pode se cuidar só no fim de semana, antes de ir para a balada. Autocuidado é diário.
Então, nesses momentos em que estamos mal, o autocuidado é a única coisa que pode fazer a gente sair dessa atividade mental, desse ego que diz que a gente não é o suficiente, que a gente ainda não chegou, que a gente não é tão inteligente, que a gente não dá conta, que a gente não tem dinheiro, que a gente já deveria, deveria, deveria.
Sei que muitas vezes falamos que a sociedade cobra, mas proponho também um exercício: escreva os nomes de quem está te cobrando. Sei lá, a “gabriela do trabalho falou:, ó, marina, amanhã você tem que saber o que você quer”. Porque, assim, fora em uma entrevista de trabalho – que nem sei se ainda fazem a pergunta sobre como você se imagina no futuro –, nunca ninguém ficou me perguntando isso. Então existe essa narrativa reforçada pelos nossos próprios medos, pelas nossas cobranças internas.
Eu não estou dizendo que isso não existe na nossa sociedade, mas estou dizendo que também pode vir da gente mesmo. Às vezes não tem ninguém cobrando e a gente tá lá no “ai meu deus, tô sendo cobrada”. Mas assim, cobrada por quem? Volta aqui! O povo não tá nem vendo que tu existe, sabe? (risos).
Então, quando estamos nessa situação, a única que traz equilíbrio para o ego (porque você não vai se livrar dele, isso não existe) é o autocuidado. Quando você consegue se cuidar, você vai aos poucos equilibrando esse ego e calando essa voz ignorante.
Às vezes, estar perdida acompanha a sensação de “insuficiência”, de uma autoestima muito baixa. Esse vídeo do Cajuína e Frevo me toca muito porque embora o relato da menina seja, de fato, triste, ele me “abraça” e sei que ele é verdadeiro para muitas meninas. Não existe resposta única, claro, mas com a gente pode se fortalecer?
Para quem não viu, em resumo o vídeo é sobre se sentir um lixo e estar desanimada. No final, eu digo que a gente precisa se fortalecer. Com isso, quero dizer para darmos apoio uns aos outros – porque está todo mundo vivendo algum perrengue, mesmo que não seja o de estar perdido.
Ao mesmo tempo em que hoje a gente fale muito de comunidade, união e ajudar os outros, de uma maneira que não falávamos antes, também estamos vivendo uma época em que as pessoas estão se sentindo muito sozinhas nos seus processos. Então, falar sobre isso e ouvir essas questões é muito importante. Pedir ajuda e ajudar é muito importante.
Quando você vai falando – e ouvindo também –, você encontrando outras perspectivas e se curando; você vai organizando a sua cabeça, os seus pensamentos, essa grande confusão interna.
(Presa) com tantos pensamentos de que você não é capaz, que todo mundo já chegou menos você, que você poderia fazer mais do que está fazendo etc. não sobra espaço para você ter idéias, ouvir idéias e se inspirar. Porque você vai se alimentando desse desespero – e só. Então, acho que se fortalecer é verdadeiramente ajudar as pessoas (dentro do seu possível), e ser ajudado.
Ah! Um porém: quando digo de ouvir os outros, não é para você ficar na vibe “eu ajudo todo mundo e ninguém me ajuda”, tá? Porque primeiro que você não está escutando se depois joga na cara, ué. Precisamos lembrar que as relações acontecem na troca. Pare de ser a pessoa que só quer ser ajudada e se disponha a ajudar também, porque existe muita cura em ouvir o outro.
Você ouve a história do outro e você pode relacionar com sua. De repente, alguém fala uma coisa e você fica: “caraca, eu tô passando pela mesma coisa”, e aí a pessoa retruca com um “eu resolvi desse jeito / ouvi tal pessoa que me ajudou / li um livro bom que me trouxe uma paz” e isso traz novas idéias.
Não podemos ficar nesse lugar de que só nós ajudamos os outros, porque existe muita benção na comunicação. Já basta você se sentir desanimada e sem perspectiva. Passar por isso sozinha é muito mais complicado. Então acho que precisamos falar.
Atualmente se alguém não te fala que está passando perrengue, vai ser difícil entender que ela está vivendo isso porque no Instagram está todo mundo com a vida perfeita. Embora existam pessoas que falem das dores, dos perrengues, de gordofobia, de racismo e muito mais, podemos ver que as pessoas mais seguidas só mostram a parte perfeita da vida. E isso diz alguma coisa sobre nós.
Ainda sobre o vídeo acima, a gente vê que nós até tentamos dar movimento à vida, mas o sentimento de que nada faz sentido permanece. A paciência não é uma coisa fácil, mas será que é isso que nos falta?
Bom, quem sou para dizer o que falta nas pessoas, né? Até porque cada ser é único, embora a gente seja muito parecido um com o outro nos nossos problemas. Mas não existe uma coisa que esteja faltando para todas as pessoas.
Essa é uma constatação importante que eu percebo no meu trabalho. Nele, deixo sempre muito claro que todas as coisas que eu falo são idéias, reflexões, sugestões de caminhos. Não são coisas definitivas. Não existe um “olha, para você está faltando isso, sim! vai lá e faz”. Não é assim que as coisas funcionam.
De repente, posso falar que está faltando paciência e algumas pessoas vão falar “puts, total”. Quando eu morava em Manhattan, por exemplo, se existia algo que eu não tinha era paciência. Mas hoje se você fala para mim que está faltando paciência, eu vou questionar, vou falar “não sei, será?”.
As coisas que nós ouvimos, que nós lemos – mesmo que sejam das pessoas mais renomadas do mercado -– são sugestões. Você precisa investigar (a resposta) em você. Não podemos tomar como verdade e abraçar o que as pessoas estão falando, por bem ou por mal.
Sobre o movimento, eu acho que precisamos olhar com muito carinho para muitas questões. Primeiro: o que as pessoas estão chamando de dar movimento à vida?
Muita gente chega para mim com as seguintes falas: “eu não atingi meu potencial”, “eu sinto que vim para o mundo para realizar algo muito grande”, “quero fazer algo grande mas não tenho idéia do que”. Ó, tem idéia, sim! Senta e escreve do que você está falando. Porque fazer algo muito grande pode ser virar cantora e cantar no Maracanã. Uma coisa muito grande pode ser abrir um consultório e ajudar pessoas, pode ser dar aulas de dança em uma comunidade. Questione o significado disso para você.
Adoro esse tipo de pergunta, mas se você sente que não sente nada e que nada faz sentido, tente dar uma olhada no seu físico. Vai no médico, faz um check-up, vê as vitaminas, o ferro, os níveis dos hormônios. Algumas pessoas se sentem assim porque realmente têm depressão. Então (ao falarmos de movimento) precisamos entender de onde estamos partindo.
Existe algo que percebo muito nos meus atendimentos e que quero compartilhar aqui porque acredito que pode trazer um ar de esperança. Não estou fazendo a coach motivacional, até porque nem acredito que isso funcione, mas porque é um fato entre os meus clientes – e lembrando que não atendi todas as pessoas do mundo: nenhuma pessoa terminou a sessão se sentindo ainda MUITO perdida. Porque não é sobre estar perdida, mas sempre alguma coisa mais profunda. É sempre sobre o “mas”: “Estou perdido, tenho uma idéia, porém acho que não sou capaz”, “porém eu não acredito”, “porém tenho medo de sofrer”, “porém não sei como meus pais vão se sentir”.
Por isso falo que precisamos ter um olhar mais amplo e sair do “tô perdido, tô perdido, tô perdido”. Porque você fica na alimentação do estar perdida, em vez de focar no que você tem, que é uma idéia.
E, agora, se eu posso falar de algo que falta na humanidade (risos), é que focamos no que falta, no que ainda não foi, no que ainda não temos, no que temos mas que poderia ser melhor. Então aqui mais um exercício: para cada coisa que você pensa que ainda não tem, pense em três coisa que você tem, que deu certo, que foi legal.
Isso é um bom exercício para a gente focar no nosso próprio desenvolvimento e parar de ficar olhando para a grama do vizinho. Para termos um olhar realista da nossa vida. Acho que ele traz a gente de volta para a gente, para as nossas conquistas – mesmo que em um primeiro momento você diga que tudo que conquistou foi um garfo. Não interessa: é seu, você tem e você vai colocar nessa listinha.
Carol, hoje em dia “autocuidado” virou uma palavra de efeito, né? Mas é interessante porque há 3 anos, por exemplo, eu não pensava nisso. O conceito de “cuidar de mim” veio dessa jornada de autoconhecimento, de terapia, de coração quebrado. Ou seja, o autocuidado veio do desbravamento de muitas dores. Como o autocuidado apareceu para você?
Não existia essa palavra “autocuidado” quando eu comecei a praticar, mas com certeza ele apareceu desde a minha adolescência quando eu cuidava da minha aparência. Porque naquela época, quase 15 anos atrás, se cuidar era fazer a unha, depilar a xereca, fazer escova no cabelo, vestir uma roupinha bonita e eu sempre gostei muito de fazer tudo isso. Eu me sentia muito bem.
Anos depois, graças à deusa, o conceito evoluiu e a gente já entende, até por ter virado uma palavra de modinha, que o conceito vai muito além da aparência. Vou abrir um parênteses para dizer que acredito, sim, que cuidar da aparência faz parte do autocuidado. Não gosto desse discurso de que isso seja apenas futilidade, que não está relacionado com o se cuidar “de verdade”. Acho que cuidar da aparência faz parte da gente cuidar do nosso corpo, do nosso templo, da gente se gostar e se tratar bem. Mas é, claro, existem os exageros nos cuidados com aparência que até deixam de ser cuidado e vira obsessão.
Para mim, o autocuidado varia muito. Porque nem sempre eu medito com a sensação de que estou me cuidando, tipo, “agora vou meditar porque é um autocuidado”. Outras vezes, vou para cozinha fazer uma comida súper gostosa e para mim aquilo vira autocuidado. Ninguém pensa que cozinhar pode ser um autocuidado necessariamente, né?
Eu entendo que autocuidado é fazer tudo aquilo que traz aconchego para o meu coração; aquilo que faz a gente sentir bem-estar, que é diferente de se sentir superalegre, superanimado, com fogo no fiofó (risos).
Mas como o povo adora uma listinha, aqui vai:
Antes de terminar, eu gostaria de enfatizar: se inspirem no que é autocuidado para os outros, porque isso traz referências, mas, assim: encontre o que causa em você essa sensação de aconchego para alma. E, gente, não esqueçam: com o tempo essas coisas vão mudando. Você não é um ET, sabe? Se na minha adolescência fazer a unha me trazia essa sensação, hoje posso ficar: “ô, moça, faz logo essa unha aí que eu tô aperreada”. As coisas vão mudando e que bom, né?
Se você pudesse dar uma dica para tornar esse momento de estar perdida ganhar uma conotação boa, qual seria?
Eu acho que se tem uma coisa boa nessa história de estar pedida é que a gente vai testando tanta coisa que a gente ganha uma experiência de vida muito boa para contar, né? Eu sei que dói, eu sei que é ruim, mas também a gente vive muita coisa. E viver é importante pra caramba, sabe?
Tem uma coisa que não posso deixar de falar. Sei que é uma frase de efeito e que é algo comum (porém ser algo comum, não significa que todo mundo está fazendo): pare de se comparar com os outros.
Como coach, escuto todos os dias coisas que as pessoas não dizem (abertamente), então tenham certeza de uma coisa: vocês não imaginam, nem sonham e nem sabem como é passar pelo que as outras pessoas passam.
Então, quando você está se comparando com o outro, você não sabe nem com o que está se comparando. Quando você está invejando a vida do outro – porque você queria aquela vida para você –, você não tem idéia do que você está desejando. E na maioria das vezes, tem coisa ali que você não vai querer viver, não (risos).
Volte-se para você, para o seu processo, para o seu caminho. É um caminho mais abundante do que se comparar com o outro, que não é nada abundante, nem inspirador.
Antes de irmos, fala como é um processo de coaching com você? Tenho certeza que algumas meninas vão ficar interessada.
Da maneira como estudei, você desenvolve a sua própria maneira de trabalhar. Você tem uma base, que é uma fundação importante, e a partir dela, você cria suas próprias estratégias, seus próprios exercícios.
Eu faço life coaching, então eu não tenho um programa de coaching que seja igual para todo mundo. Eu não faço coaching de finanças, de emagrecimento, de empreendimentos, os quais costumam ser mais mensuráveis. Eu, por outro lado, não tenho como de mensurar se no próximo mês você vai estar com autoestima nota “8” em vez de “4”. A forma de fazer esse acompanhamento é mais subjetiva. E tudo bem: o importante é deixar isso muito claro. Não é prometer “eu vou mudar a tua vida com certeza”.
O coaching de vida é uma conversa, que te ajuda a organizar os teus pensamentos, a entender qual caminho você pode seguir ou a entender por quê talvez você não esteja seguindo esse caminho. São idéias. E nós vamos trazendo essas idéias por meio de perguntas, de trocas. A partir delas, vamos definindo sugestões: “O que que você acha que pode fazer?”, “vamos tentar fazer isso essa semana?”. À medida em que o cliente põe a mão na massa, ele vai trazendo as sensações e os resultados e nós os discutimos, fazemos ajustes, tentamos de novo.
É por isso que eu não tenho um programa, um pacotinho de coaching fechado. Mesmo que o problema de todo mundo que passe comigo seja “estou perdido” ou “não me dou bem em relacionamentos amorosos”. A causa desses problemas é muito diferente (para cada um), a maneira como a pessoa se sente é diferente, o que ela pode fazer é diferente, o ambiente em que ela vive é diferente.
O meu trabalho, dessa forma, é muito baseado em uma conversa e também na sua disposição para agir, de botar a mão na massa. Porque é a partir disso que teremos com o que trabalhar. Mas, veja: para colocar a mão na massa, precisamos partir do princípio de que você está em condição disso. Por exemplo, (precisamos saber) que você não está em depressão. Você pode estar em um estado depressivo, mas eu não vou curar a tua depressão, eu não tenho a habilidade profissional para tratar uma depressão como coach.
Então, o meu coaching nada mais é que essa conversa, mas uma conversa estruturada e em um espaço sem julgamentos, na qual eu quero e preciso que você esteja lá por inteiro para que possamos conversar e organizar, para que você possa se olhar. A partir dessa conexão de você com você mesmo é que vamos definindo os passos que você pode dar.